Professoras são afastadas após trancarem crianças no banheiro como castigo em creche de SC
Escrito por Clube FM 101.1 em 23 de setembro de 2025
Caso aconteceu no Centro de Educação Infantil Chapéuzinho Vermelho, em Rio do Oeste (SC). Prefeitura abriu processo disciplinar, e Conselho Tutelar acompanha o caso.
Cinco servidoras do Centro de Educação Infantil Chapéuzinho Vermelho, localizado em Rio do Oeste, no Alto Vale do Itajaí (SC), estão sendo investigadas por denúncias de maus-tratos contra crianças. Segundo relatos feitos por uma mãe e confirmados por uma auxiliar de sala, algumas professoras estariam utilizando o banheiro como forma de castigo para os alunos que “aprontavam” ou “davam trabalho” em sala de aula.
De acordo com a denúncia, as crianças eram trancadas no banheiro quando desobedeciam às ordens das educadoras. As alegações foram reforçadas por imagens do sistema interno de monitoramento da creche, que indicam a reincidência da prática. A prefeitura do município foi acionada e instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) no último dia 9 de setembro para investigar a conduta das servidoras envolvidas.
Até o momento, quatro das cinco profissionais investigadas foram afastadas preventivamente por 60 dias, sem prejuízo de remuneração. Os afastamentos ocorreram nos dias 12 e 18 de setembro. A quinta servidora segue atuando na unidade, o que tem gerado preocupação entre os pais e vereadores da cidade.
Câmara cobra apuração e transparência
O caso repercutiu fortemente na Câmara de Vereadores de Rio do Oeste. Um dos parlamentares, que é pai de uma das crianças citadas na denúncia, usou a tribuna para fazer um desabafo emocionado:
“Eu venho aqui não só como vereador, mas como pai. Minha filha relatou o que aconteceu e mencionou até nomes de amiguinhos. Agradeço à Prefeitura pelas medidas tomadas, mas queremos uma resposta clara. Não estamos aqui para julgar ninguém, só queremos saber o que realmente aconteceu”, afirmou.
Outro vereador destacou a necessidade de cautela, mas reforçou a gravidade das suspeitas:
“Investigado não é culpado, mas onde há fumaça, pode haver fogo. A apuração precisa ser feita com seriedade, pensando nas crianças e nas famílias.”
Durante a sessão, os parlamentares cobraram transparência na condução do processo e destacaram a importância do preparo emocional e profissional de quem atua com a primeira infância.
Conselho Tutelar acompanha o caso
O Conselho Tutelar do município está acompanhando de perto a situação. Segundo informações da própria prefeitura, o caso ainda não foi encaminhado ao Ministério Público, mas isso poderá ocorrer conforme o avanço do processo administrativo.
Apesar do afastamento preventivo, a manutenção de uma das servidoras na creche tem sido alvo de críticas por parte da comunidade escolar e de representantes políticos.
Especialistas alertam para impactos psicológicos
specialistas em educação e psicologia infantil ouvidos pela reportagem alertam que o isolamento forçado e o uso de banheiros como castigo podem causar traumas psicológicos profundos nas crianças.
A prática é proibida por leis que regem a educação no Brasil, incluindo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que garante o direito das crianças a um ambiente escolar seguro, acolhedor e livre de qualquer forma de violência física ou psicológica.
fonte: Jornal Razão
Redação Clube FM 101.1 Jornalismo com Responsabilidade